Criança foi chamada de "neguinha", agredida fisicamente e forçada a alimentar colegas repetidamente; caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher.
Uma menina de 6 anos afirmou ter sido vítima de racismo e agressões físicas cometidas por duas colegas de sala na Escola Estadual Antônio de Oliveira Bueno Filho, no bairro Jardim Pinheiros, em Araraquara.
A mãe da criança registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Seccional de Araraquara na última segunda-feira (17). No dia seguinte (18), a menina foi submetida a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
A Diretoria de Ensino de Araraquara declarou lamentar profundamente o ocorrido e destacou que condena qualquer forma de violência dentro ou fora do ambiente escolar (leia a nota na íntegra abaixo).
A Secretaria de Segurança Pública informou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). "As diligências estão em andamento para esclarecer os fatos e, após a conclusão, o caso será encaminhado ao Juízo da Infância e Juventude", informou o órgão.
Relatos de violência No boletim de ocorrência, consta que a menina foi chamada de “neguinha” e obrigada a dar comida na boca das outras alunas. A vítima também relatou que, em outros momentos, teve o cabelo puxado, foi agredida com cinto e levou tapas no rosto.
Um relatório médico do dia 15 de fevereiro, ao qual o g1 teve acesso, apontou que a criança apresentava comportamento retraído, olhar triste e sinais de medo ao toque físico durante o atendimento. O exame também revelou hematomas no tórax e nas nádegas.
A mãe da criança informou à polícia que chegou a conversar com a vice-diretora da escola sobre os episódios. No entanto, mesmo após a direção abordar uma das alunas envolvidas, os episódios de violência contra sua filha continuaram, resultando em novos casos de agressão.
O que diz a Secretaria Estadual de Educação
"A Diretoria de Ensino de Araraquara lamenta o ocorrido e repudia qualquer forma de violência dentro e fora da escola. Assim que a situação foi comunicada, a equipe de gestão acionou as responsáveis pelas alunas para mediação. Além disso, a unidade está apurando internamente, através de imagens, para compreender o ocorrido.
Um profissional do programa Psicólogos nas Escolas está à disposição dos estudantes e a equipe local do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar acompanha o caso, atuando com ações para conscientização sobre a cultura de paz e combate ao bullying e racismo."
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara
Como lidar com situações de bullying de forma acolhedora e educativa
Crianças que apresentam comportamentos agressivos, como o bullying, precisam de uma abordagem empática e educativa que busque entender e tratar as causas do problema. É fundamental lembrar que o cérebro infantil ainda é imaturo, tornando a criança mais propensa a reproduzir o que aprende no ambiente em que vive, especialmente em seu lar.
É importante identificar o que está por trás do comportamento da criança que pratica a violência, o bullying ou qualquer outro comportamento desafiador. Ouvi-la sem julgamentos, avaliar seu contexto familiar e orientar os responsáveis a adotarem práticas educativas saudáveis, por meio da orientação parental, são passos essenciais.
A escola também desempenha um papel crucial, devendo intervir prontamente, tratar os casos com seriedade e promover ações que incentivem o respeito e a convivência pacífica.
A colaboração entre família, escola e criança, aliada a estratégias como a orientação parental, é indispensável para transformar comportamentos e construir um ambiente mais harmonioso.
(Alex Gasoni / Psicanalista | Educador Parental Neuroconsciente)
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