Com 35,75 casos por 1.000 habitantes, Matão supera proporcionalmente as maiores cidades da região, evidenciando a gravidade da epidemia em 2025.
A cidade de Matão, com uma população de 80.998 habitantes (IBGE 2024), enfrenta uma situação crítica em relação à dengue. Até sexta-feira (14), foram registrados 2.896 casos confirmados, com 155 novas infecções nas últimas 24 horas, além de 17 pessoas internadas.
Taxa de Infecção alarmante
A taxa de infecção proporcional em Matão é preocupante quando comparada com outras cidades da região. Com 35,75 casos por 1.000 habitantes, a cidade lidera negativamente este ranking, ao lado de Ibitinga, que apresenta uma taxa ligeiramente superior (42,8 casos por 1.000 habitantes).
Comparativo com cidades vizinhas feita no dia 14/02/2025
• Matão: 35,75 casos por 1.000 habitantes – 2.896 asos confirmados pela Secretaria de Saúde de Matão. Outros 126 estão sendo analisados.
A situação de Matão se agrava quando comparada a outras cidades da região, pois os casos abaixo incluem não apenas casos confirmados, mas também números em investigação, segundo consta no painel do Ministério da Saúde.
A comparação não foi feita apenas com casos confirmados de outras cidades porque os dados no painel do Ministério Público não estão atualizados para casos confirmados, o que pode deixar Matão em uma posição ainda pior, já que, no caso de Matão, há a confirmação local do número divulgado.
Confira:
• Araraquara: 4,0 casos por 1.000 habitantes (Matão tem quase 9 vezes mais casos)
• Taquaritinga: 9,9 casos por 1.000 habitantes (Matão tem cerca de 3,5 vezes mais casos)
• São Carlos: 4,4 casos por 1.000 habitantes (Matão tem aproximadamente 8 vezes mais casos)
• Jaboticabal: 15,3 casos por 1.000 habitantes (Matão tem mais do que o dobro de casos)
• Dobrada: 15,8 casos por 1.000 habitantes (Matão tem mais do que o dobro de casos)
• Santa Ernestina: 12,5 casos por 1.000 habitantes (Matão tem quase 3 vezes mais casos)
• Ribeirão Preto: 8,1 casos por 1.000 habitantes (Matão tem mais de 4 vezes mais casos)
• Ibaté: 1,7 casos por 1.000 habitantes (Matão tem mais de 20 vezes mais casos)
• Américo Brasiliense: 2,5 casos por 1.000 habitantes (Matão tem cerca de 14 vezes mais casos)
• Itápolis: 3,7 casos por 1.000 habitantes (Matão tem quase 10 vezes mais casos)
• Monte Alto: 2,7 casos por 1.000 habitantes (Matão tem cerca de 13 vezes mais casos)
• Motuca: 2,3 casos por 1.000 habitantes (Matão tem mais de 15 vezes mais casos)
Fonte: Ministério da Saúde
Vale ressaltar que os numéros são estimativas, pois ocorrem atualizações diariamente.
Para calcular o número de casos de dengue por mil habitantes, podemos seguir estes passos:
Divida o número total de casos de dengue pela população total da cidade: 2896 casos / 80998 habitantes = 0,03575 (aproximadamente). Multiplicar a taxa por 1000. Resultado: Aproximadamente 35,75 casos de dengue a cada mil habitantes na cidade.
Situação crítica e urgência de ação
Com o rápido avanço dos casos, Matão está prestes a ultrapassar o total registrado em 2024 (3.005 casos, conforme divulgação do Ministério da Saúde) em menos de dois meses. A marca deve ser ultrapassada na próxima segunda-feira (17/02), quando será divulgada a atualização dos números do final de semana. Atualmente, 17 pessoas estão internadas no Hospital de Matão e há duas mortes em investigação.
O que fazer?
As autoridades locais intensificaram campanhas de combate ao Aedes aegypti, fumacê e mutirões de limpeza, mas é fundamental que a população contribua eliminando criadouros de mosquitos. A situação de Matão é um alerta para toda a região, evidenciando a necessidade de medidas conjuntas para conter o surto.
O que a população pode fazer?
Verificar e eliminar qualquer foco de água parada em casa ou no trabalho;
Tampar caixas d'água e cisternas;
Limpar ralos, calhas e piscinas regularmente;
Denunciar terrenos baldios ou imóveis abandonados com possíveis criadouros à prefeitura.
Sintomas e cuidados
A dengue apresenta sintomas como febre alta, dores no corpo, cansaço extremo, manchas vermelhas na pele e, nos casos graves, sangramentos. É essencial buscar atendimento médico ao menor sinal da doença para evitar complicações que podem levar à morte.
Denúncias
A população pode colaborar denunciando focos de mosquito na Vigilância Sanitária pelo telefone (16) 3384-4034.