Ansiedade: Identificando fatores desencadeantes e estratégias para enfrentá-la

Conheça os gatilhos da ansiedade em adultos e crianças e descubra práticas baseadas na ciência para prevenir e lidar com esse sentimento.

A ansiedade é um sentimento comum e natural, porém, em excesso, pode se tornar prejudicial tanto para adultos como para crianças. Neste artigo, vamos explorar alguns fatores que podem despertar a ansiedade e oferecer dicas práticas, baseadas na ciência, para evitá-la.

Segundo o último mapeamento global de transtornos mentais conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi constatado que o Brasil detém a maior prevalência de transtornos de ansiedade em sua população em relação a outros países do mundo.

Para ilustrar, aproximadamente 9,3% dos brasileiros são afetados por ansiedade patológica. Em sequência, encontram-se países como Paraguai (7,6%), Noruega (7,4%), Nova Zelândia (7,3%) e Austrália (7%).

O QUE PODE DESPERTAR A ANSIEDADE:

Estresse: Altos níveis de estresse no trabalho, na escola ou em casa podem desencadear a ansiedade em adultos e crianças. Perda do trabalho. Separação de pais. Pressões sociais e acadêmicas, sobrecarga de tarefas, violência e expectativas irrealistas são alguns dos gatilhos comuns.

Ambientes ameaçadores: Ambientes hostis, traumatizantes ou inseguros podem levar à ansiedade, especialmente em crianças que são particularmente sensíveis ao ambiente em que vivem.

Modelos parentais: Pais ou cuidadores ansiosos podem transmitir essa ansiedade para as crianças por meio de seus comportamentos e atitudes.

Eventos traumáticos: Traumas passados, como perdas significativas, abusos ou acidentes, podem gerar ansiedade persistente em crianças e adultos.

Uso excessivo de telas: A exposição excessiva a dispositivos eletrônicos, como smartphones e tablets, pode aumentar a ansiedade, principalmente em crianças.

Redes sociais: É importante destacar o papel significativo que as redes sociais podem desempenhar como um dos maiores fatores de ansiedade nos dias de hoje. A comparação constante com outras pessoas nas plataformas digitais pode levar a um sentimento de inadequação, ansiedade social e baixa autoestima tanto em adultos como em crianças.

COMO EVITAR A ANSIEDADE:

Práticas de mindfulness: A prática de mindfulness, como a meditação e o yoga, pode ajudar a reduzir a ansiedade tanto em adultos quanto em crianças. Estudos têm demonstrado que a atenção plena pode diminuir a atividade da amígdala, região do cérebro relacionada ao processamento do medo e da ansiedade.

Exercícios físicos: A atividade física regular é uma excelente maneira de reduzir a ansiedade, pois libera endorfinas, neurotransmissores que promovem sensações de bem-estar.

Estabelecer rotinas: Rotinas estruturadas e previsíveis são especialmente benéficas para crianças, pois promovem um senso de segurança e controle.

Comunicação aberta: Incentive o diálogo aberto e livre de julgamentos sobre os sentimentos tanto em adultos como em crianças. Isso ajuda a entender as preocupações e encontrar soluções.

Limitar o uso de telas: Estabeleça limites para o tempo de tela diário, especialmente antes de dormir. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode afetar negativamente o sono e a saúde mental. Esteja ciente do tempo que você passa nas redes sociais e do impacto emocional que isso pode ter. Defina limites diários e tire momentos para se desconectar totalmente das mídias sociais e cultivar relações reais. 

DICA SOBRE O USO DE TELAS POR CRIANÇAS:

Um dica importante em relação às telas, no caso de crianças, faça um recorte (tipo fichinha) de EVA ou material semelhante, e escreva na fichinha o tempo que o filho terá para utlizar o celular. Pode dividir o tempo em mais de uma ficha, se preferir. A recomendação baseada em estudos da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é a seguinte:

RECOMENDAÇÕES PARA O USO DE TELAS E ATIVIDADES PARA DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS:

• Crianças menores de 2 anos: Evitar a exposição às telas, mesmo que passivamente.
• Crianças de 2 a 5 anos: Limitar o tempo de telas a, no máximo, uma hora por dia, sempre com supervisão.
• Crianças de 6 a 10 anos: Limitar o tempo de telas a, no máximo, uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão.
• Adolescentes de 11 a 18 anos: Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão; evitar jogar durante a noite.

Claro, nem todos têm a mesma realidade, por isso, nem sempre é possível aplicar todas as recomendações, mas sempre coloque limites dentro da sua realidade, sempre com respeito.

REGRAS GERAIS PARA TODAS AS IDADES:

• Nada de telas durante as refeições.
• Desconectar uma a duas horas antes de dormir.
• Atividades esportivas.
• Exercícios ao ar livre.
• Atividades em contato direto com a natureza.
• Sempre supervisionar as crianças durante essas atividades para garantir sua segurança e bem-estar.

COMO SAIR DE UMA CRISE DE ANSIEDADE:

• Encontre uma posição confortável, mantendo as costas retas.
• Coloque a ponta da língua atrás dos dentes da frente.
• Inspire silenciosamente pelo nariz, contando mentalmente até 4.
• Segure a respiração, contando até 7.
• Expire pela boca suavemente, contando até 8.
• Repita o ciclo algumas vezes até alcançar uma sensação de relaxamento.

Por Alex Gasoni
Psicanalista
Educador e Orientador Parental Neuroconsciente em formação