Confirmação de que haverá uma prorrogação do auxílio emergencial marca uma mudança de posicionamento de Bolsonaro com relação ao benefício
O presidente Jair Bolsonaro admitiu pela primeira vez que haverá uma prorrogação do pagamento do auxílio emergencial, suspenso desde o mês de dezembro. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (8) durante entrevista à Band TV. Bolsonaro, no entanto, não deu maiores detalhes sobre o valor e o número de parcelas.
“Acho que vai ter. Vai ter uma prorrogação. Foram cinco meses de 600 reais e quatro meses de 300. O endividamento chegou na casa dos 300 bilhões. Isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal”, disse. O presidente lembrou ainda que a medida precisa ser feita com responsabilidade. “Se você não fizer com responsabilidade isso, você acaba tendo desconfiança do mercado, aumenta o valor do dólar, passa para R$ 6, vai impactar no preço do combustível. Fica uma bola de neve.”, disse.
A fala marca uma mudança de posicionamento do presidente com relação ao benefício. Em declarações, anteriores, Bolsonaro afirmou que a prorrogação do auxílio emergencial “quebraria o Brasil” e que o benefício “não era aposentadoria”. Na manhã de terça-feira, o presidente confirmou a possibilidade da extensão do pagamento durante conversa com apoiadores, justificando que os produtos da cesta básica estavam muito caros e que “o povo está empobrecendo”.
Hoje (10), o presidente Bolsonaro afirmou que a volta do auxílio emergencial, medida que vem se desenhando com articulação do Congresso Nacional, representará um "endividamento" para o governo. Segundo ele, não se trata de "dinheiro que tem no cofre". "A arrecadação esteve praticamente equivalente nos municípios tendo em vista o auxílio emergencial, que volta a ser discutido". (...) E é o que eu falo: não é dinheiro que eu tenho no cofre, é endividamento. Isso é terrível também. A economia tem que pegar. Temos que voltar a trabalhar."